Confissão de Fé

Explora a profundidade da nossa crença e compromisso
com a ação bíblica em cada passo.

Introdução

A Confissão de Fé foi escrita para ser:

  • Resolutamente bíblica.

  • Contextualizada para a nossa geração, num mundo em mudança e face às correntes teológicas contemporâneas.

  • Ligada à história da Acção Bíblica e à história da Igreja (Concílios e Confissões de Fé Históricas).

  • Uma ferramenta pedagógica, para ensinar, nas nossas igrejas locais, as doutrinas fundamentais e suas implicações.

  • O fundamento da unidade das nossas igrejas da Ação Bíblica.

  • Para a glória e louvor de Deus.

ARTIGO 1
O DEUS TRIUNO

Deus é o único Deus vivo e verdadeiro. Ele é espírito, infinito, absoluto, perfeito e excede todos os limites do entendimento humano.

Uno e indivisível, existe eternamente em três pessoas distintas e iguais: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, cada um totalmente divino.

Essas três pessoas amam-se e glorificam-se umas às outras, desde toda a eternidade, numa comunhão perfeita.

Deus é auto-suficiente, satisfeito em si mesmo e nada pode se opor à sua vontade.

Deus é Todo Poderoso, exerce soberania absoluta e reina sobre tudo o que existe, desde toda a eternidade.

Tudo acontece de acordo com o conselho de sua vontade. Deus é perfeito em amor, em santidade e em todos os seus outros atributos.

Ele glorifica-se e revela a sua glória em tudo o que ele é e faz. Todos os seres viventes devem adorá-lo e glorificá-lo.

1.1
DEUS O PAI

Sobre o Seu ser:
O Pai é Deus desde toda a eternidade.

Ele concebe todas as coisas e comunica eternamente o ser e a vida ao Filho.

Sobre a Sua obra:
Tudo o que o Pai quer e faz Ele o faz por meio do Filho e aplica-o pelo Espírito Santo.

Quando a obra da redenção estiver totalmente concluída, toda a criação lhe será novamente perfeitamente submissa.

1.2
DEUS O FILHO

Sobre o Seu ser:
O Filho é Deus desde toda a eternidade.
O seu relacionamento com o Pai é uma filiação eterna.

Sobre a Sua obra:
Através do Filho, o Verbo de Deus, tudo foi criado e nele tudo subsiste.
Ele é o redentor da criação e o único mediador entre Deus e os homens.

De acordo com o que havia sido anunciado por Deus nas Sagradas Escrituras, Jesus Cristo é o Filho de Deus encarnado.

Concebido pelo Espírito Santo, ele nasceu da virgem Maria e viveu como um verdadeiro homem, mas sem pecado.

Por meio da sua vida perfeita e do seu ensino verdadeiro, Cristo obedeceu em tudo à vontade do Pai, até à morte na cruz, para reconciliar todas as coisas com Deus.

Ressuscitou corporalmente no terceiro dia e apareceu a muitas testemunhas.

Ele subiu ao céu e sentou-se à direita do Pai. Jesus reina e intercede pelo seu povo. Cristo retornará de maneira gloriosa e pessoal, para julgar os vivos e os mortos, e o seu reinado não terá fim.

1.3
DEUS O ESPÍRITO SANTO

Sobre o Seu ser:
O Espírito Santo é Deus desde toda a eternidade.
Ele procede do Pai e do Filho.

Sobre a Sua obra:
O Espírito Santo inspirou as Escrituras, e é ele que faz os crentes entenderem o seu significado.

O Espírito Santo sustentou o ministério terreno de Cristo e guiou os apóstolos em sua missão única fundadora.

De acordo com a vontade do Pai, o Espírito não fala de si mesmo, mas de Jesus Cristo.

O Espírito Santo aplica a salvação aos crentes e equipa-os conforme a sua vontade, para que vivam para a glória de Deus.

ARTIGO 2
AS ESCRITURAS

A Escritura, como Palavra de Deus, é o instrumento da revelação especial necessária e suficiente para conhecer Deus, o seu plano eterno (criação, queda, redenção, restauração) e como adorá-lo corretamente. Esta revelação é única e clara, não precisa de ser complementada por nenhuma outra.

As Escrituras são compostas dos 66 livros do cânon bíblico definitivamente fechado, o qual o Espírito Santo divinamente inspirou aos seus autores humanos, até o mais ínfimo detalhe dos manuscritos originais (inspiração plenária e verbal).

Ao longo da história, Deus preservou a Sua Palavra para que ela possa ainda ser digna de fé hoje e compreendida pela Sua igreja. Não contém qualquer erro e tudo o que diz acontece de forma perfeita.

A Lei, revelada nas Escrituras em vários lugares e em diferentes graus, reflete o caráter de Deus. Revela o pecado do homem e mostra a necessidade de se recorrer a Cristo.

Embora já não condene o crente, a Lei moral é inteiramente boa e continua a ser um guia seguro para a sua vida.
Completa e definitiva, a Escritura é a única regra de fé e vida.

Cada um dos seus textos é interpretado de acordo com o todo e é entendido em humildade com a ajuda do Espírito Santo.

ARTIGO 3
A CRIAÇÃO

Geral:
O Deus triuno, em sua livre vontade, criou tudo o que existe, visível e invisível, inteiramente bom. Antes de começar a criar, nada existia além dele mesmo.

Através de sua Palavra, Deus criou tudo para a sua glória.
Por sua providência e de acordo com os seus planos, ele preserva e governa tudo.

Toda a criação revela as perfeições invisíveis, o poder e a divindade do Criador e conclamam a tudo o que existe a adorá-lo.

Homem:
Deus criou a humanidade, justa e santa, para conhecê-lo, glorificá-lo e encontrar a sua alegria nele.

Deus criou Adão e Eva, o primeiro casal histórico da humanidade.
O homem e a mulher são o ápice da criação, foram criados à imagem de Deus, que é o criador de cada ser humano.

Além disso, nenhum indivíduo ou grupo de indivíduos pode reivindicar superioridade intrínseca sobre outros seres humanos. Deus encarregou o homem e a mulher de cuidar de toda a Terra e governá-la.

O homem e a mulher foram criados iguais em valor. São diferentes em suas características e complementam-se em suas funções.

Deus estabeleceu Adão como representante da humanidade.
Na Criação, Deus instituiu o casamento entre um homem e uma mulher. Essa aliança normativa celebrada diante de Deus e dos homens é um reflexo do relacionamento entre Cristo e a Igreja.

ARTIGO 4
A QUEDA

Acontecimento:
Na comunhão que os unia a Deus, Adão e Eva eram capazes de obedecer ou desobedecer a Deus.

Tentados pelo diabo, eles deliberadamente desobedeceram ao comerem do fruto proibido.

Este evento histórico não fugiu da plena soberania de Deus.

Consequências:
Assim, a comunhão entre Deus e o homem foi quebrada.
Por causa da desobediência de Adão, a morte e a corrupção entraram no mundo e todo o universo foi afetado.

A culpa de Adão foi imputada a toda a humanidade, da qual ele era o representante. Desde então, cada ser humano nasce pecador.

O homem é completamente caído em seu ser e todas as suas ações são corrompidas.

O homem morreu espiritualmente, é um escravo do pecado e culpado diante da justiça de Deus.

Todas as suas faculdades estão afetadas pelo pecado e, em seu estado de depravação, é incapaz de ter qualquer iniciativa em direção a Deus.

Por sua graça, Deus limita os efeitos do pecado em sua criação e continua a derramar os seus muitos benefícios sobre o homem.

Ainda que desfigurado pelo pecado, a imagem de Deus subsiste em cada indivíduo.

Por isso, ninguém pode se sobre-valorizar a partir de uma superioridade intrínseca sobre outros seres humanos.

ARTIGO 5
A SALVAÇÃO

A fim de realizar o seu projeto eterno, depois da queda, o Deus triuno desencadeia o seu plano de redenção, decretada pelo Pai, realizada pelo Filho e aplicada pelo Espírito.

A obra de Cristo
Em seu amor e justiça, Deus escolheu Cristo como Salvador antes da criação do mundo.

Tornando-se plenamente homem, Cristo identificou-se com os homens e pode representá-los diante de Deus.

De acordo com as promessas feitas a Adão e a Abraão, e progressivamente reveladas no Antigo Testamento, Jesus Cristo realiza e inaugura o pacto de graça entre Deus e o Seu povo.
Ao ressuscitar Cristo, Deus proclama-o como perfeitamente justo.

Deus designa-o como o único mediador pelo qual os homens podem ser salvos.

Cristo recebeu a condenação de Deus no lugar de todos os pecadores que nele crêem.
A sua morte é eficaz porque ele é plenamente Deus.

Por meio da cruz, Cristo triunfa sobre os poderes espirituais rebeldes para com Deus, sobre o pecado e sobre a morte.

Origem da Salvação
De acordo com a sua boa vontade e com o mistério da sua sabedoria (Ef 1.5, 9), Deus elegeu, antes da fundação do mundo, aqueles que salvaria em Cristo Jesus.

Chamada
Ao proclamar o Evangelho, Deus chama todos os homens a se arrependerem.

Em sua graça e pela ação de seu Espírito, faz nascer de novo aqueles que salva.

Regeneração
Eles se tornam novas criaturas para a vida eterna que está em Jesus Cristo.

Conversão
Após a ação do Espírito Santo, o pecador se arrepende do seu pecado e coloca a sua fé somente em Jesus Cristo, a quem ele confessa como Salvador e Senhor.

Justificação
Através da união do crente com Cristo e através da fé, Deus atribui-lhe a justiça de Cristo.

O crente não é mais tratado como um pecador diante de Deus, mas declarado justo e livre de toda a condenação em Jesus Cristo.

Os que crêem em Cristo
Pela união com Jesus Cristo, Deus revela a plenitude de Sua salvação aos crentes.

Pela fé em Cristo, Deus perdoa os crentes de todos os seus pecados. Libertos da escravidão do pecado e do diabo, eles entram no reino de Deus.

Cristo torna Deus propício aos crentes ao ter satisfeito a justiça de Deus e ao ter aplacado a sua ira justa para com eles.

Os crentes podem agora viver em comunhão com o seu Criador.
O ministério terreno de Cristo inaugurou os últimos dias. Os cristãos vivem no "já" da obra realizada por Cristo e no "ainda não" da consumação final.

O cristãos têm um corpo caído e vivem num mundo caído.
Eles receberam bênçãos de acordo com as promessas de Deus, cuja plena realização eles esperam aquando do retorno de Cristo.

Esta radiosa esperança alimenta a sua esperança vigilante e anima o seu serviço zeloso na igreja e na proclamação urgente do Evangelho.

Os cristãos anseiam, assim, com fervor o retorno do seu Senhor.
A morte física marca o fim da vida terrena neste mundo caído.

Trata-se de um evento triste para quem fica.
Na expectativa da ressurreição, a alma dos cristãos está com Cristo num estado de felicidade.

Adoção
Sendo justificados, os crentes ficam em paz e reconciliados com Deus, que os adota dando-lhes o seu Espírito, tornando-os co-herdeiros com Cristo, membros da família de Deus.

Perseverança dos Santos
Selados pelo Espírito Santo, os cristãos autênticos podem ter, legitimamente, a certeza da salvação. Graças a Deus, eles perseveram na fé. Aqueles que abandonam completamente, demonstram que nunca conheceram verdadeiramente Jesus Cristo.

Glorificação
No retorno de Jesus Cristo, os cristãos ressuscitarão com um corpo glorioso, para viverem eternamente na presença de Deus. Assim, eles desfrutarão plenamente de todos os benefícios da sua salvação em Cristo.

Santificação
Pela sua união com Cristo, os crentes foram santificados por Deus, que habita neles por meio do seu Espírito.

Ele separa-os para o adorarem e se conformarem a Ele, de acordo com o modelo dado em Jesus Cristo.

Consagrados a Deus, os seus filhos são chamados a trabalhar por sua santidade, desde o novo nascimento até à morte física, pois Deus é santo.

Por amor a Cristo, os crentes voluntariamente e alegremente obedecem aos Seus mandamentos, que são resumidos em amar a Deus e ao próximo.

O Espírito Santo dá-lhes a vontade e a capacidade de obedecer a crescer em santidade, principalmente através dos seguintes meios de graça: a leitura e ensino das Escrituras, da oração, das ordenanças (batismo e ceia), da comunhão e do serviço.

Os cristãos testemunham da sua conversão através de uma vida transformada.

Embora declarados justos por Deus, os santos são chamados a lutar contra o pecado, que batalha neles, em toda a sua vida terrena.

São chamados a glorificar a Deus em seu sofrimento, provas ou abundância.

ARTIGO 6
A IGREJA

Igreja Universal
A Igreja universal é composta de todos os redimidos de todos os tempos, os quais formam o povo de Deus.

É o corpo de Cristo, composto de crentes unidos, pelo Espírito Santo, a Cristo, que é a cabeça.

A Igreja é a Noiva de Cristo, e Ele é a sua cabeça. Habitada pelo Espírito Santo, ela é o Templo de Deus, do qual Cristo é a pedra angular.

É ele quem a edifica.
A Igreja é una, santa, universal e fiel à sã doutrina transmitida de uma vez por todas, pelos Apóstolos, nas Escrituras.

Acreditamos que no passado Deus apoiou a Sua revelação especial, confiada a alguns dos seus servos, com sinais milagrosos, que sempre foram de cariz excepcional na história da salvação.

Esses sinais não são nem habituais, nem normativos na vida do povo de Deus.
A sua presença pontual é sempre possível, de acordo com a livre soberania de Deus, mas nem todos os “sinais” são uma garantia de autenticidade divina.

Eles devem ser examinados com cautela, bem como os dons que se apresentam com um caráter miraculoso.

A conclusão da redacção das Escrituras, no tempo dos Apóstolos, virou uma página na história da salvação.

Do final do primeiro século até ao retorno de Cristo, a Palavra de Deus não pode ser modificada (nem se adicionando, nem se retirando algo).

Ela é totalmente suficiente para a vida da Igreja e dos crentes e nada pode ser comparado a ela.

A missão
O propósito da Igreja local é adorar e glorificar a Deus através do culto comunitário, a edificação mútua e o testemunho em palavras e ações, dentro e fora da Igreja.

A Igreja, como um todo é a coluna e o baluarte da verdade, ela deve assegurar-se de proclamar todo o Evangelho de Cristo a todos os povos do mundo inteiro, a fim de fazer novos discípulos, estabelecendo Igrejas locais.

A autoridade
O governo da igreja local é assegurado pelo conselho colegial de pastores. Os pastores são irmãos chamados por Cristo e reconhecidos pela Igreja local, de acordo com os critérios estabelecidos nas Escrituras, para liderarem a Igreja servindo-a.

Os pastores submetem-se à Escritura e exercem a sua autoridade ensinando-a.

Com base nisso, eles são responsáveis pela disciplina da igreja local, com o apoio dos membros.


Cada membro se submete à autoridade colegial do conselho de pastores, com base nas Escrituras, expostas nesta Confissão de Fé.

Membros
Todo o cristão é chamado pela Escritura a ser um membro fiel de uma igreja local.

Batizado, servindo a Igreja de maneira geral e, mais particularmente, usando os dons recebidos do Espírito.

O membro é chamado para manifestar a sua participação na Igreja local, participando regularmente na vida da igreja e aderindo à sua estrutura oficial.

Os membros, testemunhas de Cristo, devem amar-se uns aos outro. Todos os membros são chamados a servir, mas alguns podem ser chamados para servir como diáconos ou pastores.

Igreja local
A Igreja local é a manifestação visível e temporal da Igreja universal. Deus age através dela para que ela o glorifique em sua vida e proclamação.

Existem igrejas verdadeiras e falsas, mas não há igreja local que seja perfeita.

A Igreja presta culto comunitário a Deus principalmente através da pregação das Escrituras, das orações, dos cânticos e das ordenanças. Este culto acontece com ordem, de forma inteligível e com decência, submetendo-se às indicações das Escrituras.

As ordenanças
O batismo e a ceia do Senhor são as duas únicas ordenanças instituídas por Cristo para nutrir a fé dos seus discípulos reunidos em Igreja.

O batismo que praticamos, normalmente por imersão, deve decorrer de uma confissão consciente de fé em Jesus Cristo.

O batismo é um ato de obediência, pelo qual os crentes manifestam que estão mortos para o pecado e vivos para Cristo.

A Ceia comemora e proclama a morte de Cristo, enquanto esperamos o seu retorno.

ARTIGO 7
OS CRISTÃOS
E O MUNDO

Os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo.

Os cristãos devem amar o próximo como a si mesmos.
Eles são enviados por Cristo ao mundo para testemunhar da graça de Deus aos seus contemporâneos e viver uma vida de santidade no meio da presente era corrompida.

Através da sua fidelidade, os cristãos são uma bênção para o mundo ao seu redor, eles devem ter o cuidado de promover o Evangelho em todas as esferas da sua vida pessoal e social.

Eles valorizam uma gestão ambiental que é fiel ao mandato cultural (Gn 1:28).

Os cristãos têm a responsabilidade de entender e avaliar a cultura circundante de acordo com os princípios da fé bíblica, valorizando os efeitos da graça comum e confrontando a idolatria.

Em relação às autoridades humanas
Embora sejam estrangeiros e peregrinos na terra, os cristãos reconhecem a sua responsabilidade política e social e se submetem às autoridades civis.

Eles devem obedecer, desde que as autoridades não os obriguem a desobedecer à sua fé.

Ética do casamento e da sexualidade
De acordo com o pensamento bíblico, o casamento é uma aliança vitalícia entre um homem e uma mulher.

Este compromisso deve ser voluntário e público, perante Deus e sancionado pelas autoridades civis do lugar onde os cônjuges vivem.

Um cristão deve apenas considerar o casamento com outro cristão.
É normal associar a igreja local ao processo de casamento entre dois cristãos.

Os costumes culturais não devem impedir um projeto de casamento.
Os cônjuges vivem o casamento doando-se e servindo-se mutuamente. Deus deu a sexualidade como uma componente boa e necessária, que só pode ter lugar no contexto do casamento.

A relação entre Cristo e a sua Igreja é o modelo relacional do casamento. O noivo, à imagem de Cristo, exerce autoridade caracterizada pelo amor sacrificial.

A esposa, como a Igreja, voluntária e alegremente se submete ao marido. O casamento não é uma necessidade para os cristãos.

Nem o casamento nem o celibato conferem qualquer valor intrínseco à pessoa humana.

Ética da vida e da morte
Todo o ser humano é portador da imagem de Deus e por isso possui uma dignidade intrínseca.

Os homens são, portanto, responsáveis perante Deus pela preservação e proteção de toda a vida humana, que começa na concepção e termina com a morte física.

Na situação da pessoa que está a morrer, é necessário distinguir e encorajar os cuidados paliativos (que aliviam o sofrimento), o encarniçamento terapêutico (que atropela a dignidade da pessoa), bem como a eutanásia ativa (que afirma a vontade humana de pôr fim à vida).

Ética da família
Deus nos chama, enquanto cristãos a viver em amor fraternal, primeiramente no contexto do casamento e da família, a célula elementar das sociedades humanas.

As crianças não são um direito nem um dever, mas são uma bênção de Deus dada ao casal.

Os pais são os principais responsáveis pela educação dos seus filhos no Senhor.

Eles devem prover o necessário para o pleno desenvolvimento dos seus filhos. As crianças são chamadas a honrarem os seus pais até à velhice.

Combate espiritual
Além da luta contra o pecado, os cristãos enfrentam a luta contra os espíritos da maldade (o diabo e os demónios).

O diabo e os demónios são anjos criados por Deus, sempre sujeitos à sua soberania.

Criados bons, rebelaram-se contra Deus, caíram irreversivelmente, foram derrotados por Cristo na cruz e aguardam o julgamento final, seguido pelo castigo eterno.

O diabo pode tentar ou mesmo influenciar o cristão usando o pecado deste, mas não o possuindo.

Assim, a luta espiritual do crente deve ser direccionada contra o seu próprio pecado, por meio da santificação e submissão a Cristo e não em busca de um confronto direto com os demónios.

Submetido a Deus e equipado com todas as suas armas, os cristãos são chamados a resistir aos espíritos da maldade, em fé firme.

O diabo trabalha para desviar o mundo de Deus.
Os cristãos são chamados a orar a Deus, a proclamar e viver o evangelho de Cristo para lutar contra o diabo.

Fé e liberdade individual
O cristão submete-se alegremente a Cristo, que é o Senhor em todas as áreas de sua vida (pessoal, académica, profissional, lúdica, financeira, etc.).

O cristão evita as armadilhas do relativismo e do legalismo.
Além dos claros ensinamentos das Escrituras, todo o cristão deve administrar a sua própria liberdade, em sua alma e consciência, tendo a perspectiva de prestar contas a Deus, buscando o bem dos seus irmãos e não prejudicando o seu testemunho.

Deus cuida dos cristãos, dando-lhes todas as coisas para o seu bem. Eles são chamados a viver contentes e a não amar o conforto ou o dinheiro, os quais podem ser ídolos.

Os cristãos expressam a sua gratidão a Deus sendo generosos com o próximo.

Os cristãos devem examinar as suas escolhas de vida, a gestão da utilização do tempo e dos recursos f inanceiros (mudança de casa, compras, orçamento, etc.), à luz dos ensinamentos de Deus, especialmente acerca da Igreja local.

ARTIGO 8
A MORTE
E O ESTADO FINAL

A morte física, o fim da presente vida terrena, diz respeito a todos os seres humanos, exceto aqueles que estarão vivos no retorno de Cristo.

Após a morte, o corpo e a alma são separados até o dia da ressurreição.

O corpo é destruído, enquanto a alma sobrevive, seja num estado de sofrimento longe de Deus (os perdidos), ou num estado de adoração, na presença de Cristo (os redimidos).

Após a morte, nada permite que a pessoa se mova de um estado para outro.

Nova Criação
Deus completará a sua obra de redenção através da reconciliação de todas as coisas através da cruz de Cristo.

Ele criará um mundo novo e perfeito, onde o pecado, o sofrimento e a morte não existirão mais.

Os remidos, em perfeição, viverão para sempre, na gloriosa presença de Deus, sob o reinado de Cristo.

Deus será totalmente glorificado por todos eles, que o conhecerão perfeitamente e nele encontrarão uma satisfação superabundante.

“Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
Pois, quem conheceu a mente do Senhor?
Quem se tornou seu conselheiro?
Quem primeiro lhe deu alguma coisa, para que lhe seja recompensado? Porque todas as coisas são dele, por ele e para ele.
A ele seja a glória eternamente! Amém.”
Romanos 11.33-36

Retorno de Cristo e ressurreição
Num dia que só Deus sabe, Cristo retornará a este mundo, pessoalmente, em seu corpo glorioso e de maneira visível a todos.

Ele voltará como juiz dos vivos e dos mortos.

Todos os homens serão ressuscitados com seus corpos dotados de qualidades diferentes.

Julgamento final e condenação eterna
Cristo manifestará a glória de Deus ao julgar os humanos de todos os tempos.

Os perdidos e os anjos caídos sofrerão o castigo eterno e consciente num lugar de tormento preparado por Deus.